Queria...

quinta-feira, 29 de julho de 2010


“Mesmo sabendo que é errado. Mesmo querendo ser forte. Mesmo sabendo que precisamos encarar certas situações complicadas sozinhos… Mesmo assim, é bom.”

Às vezes eu queria poder fazer as coisas consideradas loucas, consideradas insanas. Queria poder errar sem receber nenhum julgamento, pois com certeza eu continuaria aprendendo, só que se fosse dessa maneira, aprenderia realmente sozinha. Queria poder sair correndo sem olhar pra trás, sem pensar nas conseqüências, esquecendo que com o que estava fazendo, iria machucar pessoas. Queria em muitas situações, não me importar tanto com os outros e me colocar em primeiro lugar. Queria, pelo menos por uma vez, conseguir ser completamente egoísta, mas mesmo assim, não me sentir culpada pelo que estava fazendo e ser feliz. Queria poder fazer tudo isso, simplesmente porque tudo na minha vida sempre foi muito certo. Eu sempre tive que seguir o caminho azul, porque todos me diziam que era bom, e não porque eu quis.

Hoje me pergunto, se minhas escolhas são realmente minhas ou são só manipuladas de uma maneira bem distante por pessoas que se encontram acima de mim.

Ausência e carência se misturam

segunda-feira, 26 de julho de 2010

Os calafrios que percorrem meu ser
São testemunhas incontestáveis de meu abandono
Entrego-me à solidão ao deitar-me à noite
Percebendo o vazio que se alastra em mim...

Ausência e carência se misturam
Até que as letras do texto se confundam
E a angústia solidária
Assim, se dissipe...

Um sono conturbado,
Doido... Perturbado?
Na minha insanidade,
Minha algoz, a quem venero...
Me jura lealdade!

Sinto o chicote cortando
A lâmina afiada do punhal
Rasgando minhas entranhas
Traído...

Acordo... E os mesmos calafrios
Retomam seu assento
Expulsam a assassina...
Venerada, amada... Estranha.


[ Douglas Naegele]

Minha confiança mudou

Sabe por que eu não confio em você como antes? Bom, eu acho que isso seria muito óbvio. Você me chama de linda um dia, me faz sentir especial, e termina a conversa com charme, educação e menciona sobre o amanhã. O amanhã vem. Não conversamos, olho pra tela do computador a cada minuto, e nada muda. Não posso acompanhar suas mudanças de humor, especialmente quando não há nenhuma explicação pra elas. Eu contava com você. Você podia estar só curtindo mais uma das garotas que você fez se apaixonar por você, mas eu honestamente acreditei. Você me fez acreditar, não importa. E você acha que sabe disso melhor do que eu. É por isso que a minha confiança mudou.

Fiz merda... e agora?!?!

sábado, 24 de julho de 2010


O assunto dessa vez é o crtl+z. Você já parou pra pensar que maravilha poder apertar essas duas teclinhas e resolver as maiores cagadas da sua vida?

Fez todo o curso de medicina mesmo odiando sangue? Não fez alongamento e detonou os músculos jogando futebol? Ficou com uma mina gostosinha e perdeu o amor da sua vida? Que tal poder voltar atrás?

Tudo bem, dizem que a gente aprende com erros, que eles fazem parte de nossa história e blablablá. Mas vai dizer que não seria interessante se todos nós nascêssemos com três ctrl+z à nossa disposição, pra gente usar nas horas mais desesperadoras?

(Por que três, e não mil, ou um, ou cinco? Sei lá, mas se fosse toda hora também não teria graça! Só um seria agonizante, cinco a gente não valorizaria tanto... então três é um bom número, e não reclama que sou eu que to escrevendo a história, humpf!)

Mas então voltando, o legal de ter três é que a gente teria que pensar bem antes de usar, nada de gastar por qualquer besteira.

Seria também uma pergunta ótima pra se fazer pra um pretendente: “e aí, fulaninho, quantos ctrl+z você já usou?” Se o cara não tivesse gastado nenhum, “ah, é pão-duro”. Se tivesse gastado um, “ok, é um cara ponderado. E tem a vantagem de que se a gente fizer algo muito ruim juntos, posso convencer a usar o dele, e assim não gasto o meu”. Dois? “ixi, meio perdulário, né?” Três? “Ah, esse não é pra casar”.

Claro que teria gente mentindo que gastou a mais ou a menos, só pra se fazer de santo. “Não me arrependo de nada na minha vida”. E teria, logicamente, gente querendo negociar. “Ei, troco um ctrl+z por um carro. Tá a fim?”.

Será que a gente correria mais riscos sabendo da possibilidade de desfazer?

E você? Já teria gastado quantos? Pra quê?


Calafrios

sexta-feira, 23 de julho de 2010


Aqui dentro

O nó na garganta aperta, palpita. A pedra vai pesando, aos poucos. As têmporas latejam, persistem. O estômago revira, pouco entendo. O ar que me falta, sufoca.
As verdades roçam suavemente pelo meu rosto. Pouco saberia dizer sobre as vontades que insistem, gritam e me tiram o sono. Se ninguém compreende o que falo vez após vez com os olhos fechados e os pés no chão, o que tenho a atestar?
Brevemente, posso enxergar as palavras pálidas que deslizam por entre a melodia. As palavras que se fizeram de canção tinham sentido? Não seria somente a intenção se fazendo presente nessas letras que nada explicam? É assim, em um baque, as notas se insinuam em meio ao ambiente ecoante e a falta de ar que inebria me atinge.
O soneto se fazia de dissonâncias confusas e harmonias inexplicáveis. A visão fica turva e as pernas já não sabem bem por aonde vão. O que seria essa vontade indescritível de simplesmente se deixar levar pelo descontentamento? As pessoas passam por mim e tudo fica assim, meio desbotado, um tanto blasé.

Lá fora

As mãos gélidas empalidecem cada vez mais, enquanto o vento bate na janela carmim. A expressão, quase cadavérica denota uma mudez quase intencional. Os meus olhares furtivos parecem sem propósito. Ninguém nota meu silêncio desesperado.

É só mais outro daqueles dias, inevitáveis, dias de marasmo.

[autor desconhecido, mas adaptado por mim]

Me desliguei

quinta-feira, 22 de julho de 2010


E não é o fato que você me machucou que é difícil pra mim agora. É mais que isso, eu acreditei em cada palavra que você disse e pensei que você era diferente. Eu pensei que talvez, só talvez, você tivesse mudado. Eu me desliguei de qualquer outra pessoa aí fora porque eu acreditei no que você disse pra que eu me apaixonasse por você. Mas a pior parte não é nada disso. É que eu sinceramente acreditei em você.

Ao meu desconhecido

domingo, 18 de julho de 2010


Ando me exibindo por ai, para rostos anônimos que correm as ruas sem esquinas. Mostro pedaços soltos, letras miúdas, rimas perdidas... Ando tão menina! Longe do medo, coberta por uma esperança boba que me abraça, eu sigo pela praça! E lá vou eu, rebolando a minha poesia solta pela calçada. Os meus passos tentam prestar atenção em cada número que se apresenta e, ás vezes, no meio de tanta face diferente, eu acabo perdida nas minhas entre - quadras. E quando me vejo assim, no meio dessa confusão, fecho os meus olhos. E de repente: tudo acontece! Ultimamente, eu costumo sonhar com o desconhecido! De cara velada, ele me pega pela mão e me arrasta para longe... Suspensa! E vai me guiando para um lugar onde não preciso mais pisar no chão, segurar os meus pertences e muito menos me preocupar com números chatos. Ele me faz rir, fazendo cócegas no meu ego inflado e me deixa assim: curiosa e exibida! Eu tento manter os meus olhos fechados e busco uma pista qualquer que me leve ao seu esconderijo. Um desconhecido íntimo. Anônimo. Misterioso. Mas de repente, meus olhos já estão abertos e sopram a realidade a minha face: “Quando a gente não sabe onde pisa, é sempre melhor ficar de letras caladas.”

Existem duas pessoas em mim

sábado, 17 de julho de 2010


O que eu faço e o que eu sou. São pessoas diferentes que, aos olhos de muitos, são absolutamente iguais. No entanto, tamanha semelhança não justifica tanta confusão. Caixas cheias, contendo toneladas de decepções são empilhadas a cada vez que o que eu faço entra em conflito com o que eu sou. E não há como juntar as pessoas em uma. São almas feitas para serem somadas, não subtraídas. Se houvesse algum jeito de fazê-lo, os verbos ser e fazer seriam um só, com o mesmo significado. Portanto, não confunda.

A outra metade, não sei…

sexta-feira, 16 de julho de 2010


Que essa minha vontade de ir embora, se transforme na calma e na paz que eu mereço… Que o medo da solidão se afaste, e que o convívio comigo mesmo se torne ao menos suportável; que o espelho reflita em meu rosto, um doce sorriso que eu me lembro ter dado na infância, porque metade de mim é a lembrança do que fui; e a outra metade, não sei…

Oswaldo Montenegro

Nossa insanidade [MULHERES]

quarta-feira, 14 de julho de 2010


Toda mulher é doida. Impossível não ser. A gente nasce com um dispositivo interno que nos informa desde cedo que, sem o amor, a vida não vale a pena ser vivida, e dá-lhe usar nosso poder de sedução para encontrar “the big one”, aquele que será inteligente, másculo, se importará com nossos sentimentos e não nos deixará na mão jamais. Uma tarefa que dá pra ocupar uma vida, não é mesmo? Mas ,além disso, temos que ser independentes, bonitas, ter filhos e fingir, às vezes, que somos santas, ajuizadas, responsáveis, e que nunca, mas nunca, pensaremos em jogar tudo pro alto e embarcar num navio pirata comandado pelo Johnny Depp, ou então virar uma cafetina, sei lá, diga ai uma fantasia secreta, sua imaginação deve ser melhor que a minha. Eu só conheço mulher louca. Pense em qualquer uma que você conhece e diga se ela não tem ao menos três destas qualificações: exagerada, dramática, verborrágica, maníaca, fantasiosa, apaixonada, delirante. Pois então. Também é louca. E fascinante. Todas as mulheres estão dispostas a abrir a janela, não importa a idade que tenham. Nossa insanidade tem nome: chama-se Vontade de Viver até a Última Gota. Só as cansadas é que se recusam a levantar da cadeira pra ver quem está chamando lá fora. E santa, fica combinado, não existe. Uma mulher que só reze, que tenha desistido dos prazeres da inquietude, que não deseje mais nada? Você vai concordar comigo: só sendo louca de pedra.

Ps: não me lembro a autora, mas sei que estava no perfil do orkut dela.

Leve-me embora...suplico

segunda-feira, 12 de julho de 2010


O que se dizer a alguém, quando não se pode dizer que vai ficar tudo bem, porque realmente não vai ficar?
O que fazer quando temos que nos levantar, sem uma base pra nos ajudar?
O que fazer?
Encarar. Encarar a vida, encarar os problemas e aceitar que nem sempre tudo vai ser feliz. Sorrir, mesmo que seja um sorriso triste pra conseguir continuar.
Lembrar que sempre temos alguém que nos ama e que nos quer bem, e que sempre vai estar ao nosso lado, mesmo sabendo que o tempo ruim não irá passar.

Fases ruins vem e vão, quando chegar a sua, se pergunte se você é mesmo a única pessoa com uma dor no coração.

Uma caixinha

sexta-feira, 9 de julho de 2010


Ela era uma menininha durona. Todos que conviviam com ela sabiam que ela amava diferentes pessoas, de diferentes formas. Mas o que poucos sabiam é que ela tinha uma caixinha. E que toda vez que ficava sozinha a caixinha aparecia ao lado dela. Pequena, discreta, trancada.

Um dia, mesmo sem chuva, uma triste coisa aconteceu. Então menininha chorou, e ninguém a compreendeu. Ela pegou a caixinha, abriu receosa e ali guardou aquela tristeza. A sensação que ela tinha era de que enquanto a caixinha estivesse fechada, não precisaria chorar por aquilo de novo.

Ela não queria chorar de novo, e não conseguiria lidar com aquela dor.

Mas havia algo de errado com a caixinha, a tranca parecia não aguentar a força daquela tristeza. Cada vez que a menininha ficava sozinha, sentia medo de que tudo viesse à tona.

A menininha não deixou de ser durona, mas cresceu com medo daquelas lágrimas. Não criou coragem de enfrentar a dor, e por isso, sofria toda vez que ficava sozinha.

Não tão autobiográfico como eu gostaria. A caixinha continua fechada, e fica difícil escrever sobre a tristeza que há nela.

Cansei

quarta-feira, 7 de julho de 2010

Eu cansei de não me satisfazer comigo, não me guardar pra mim. De estar sempre escorrendo, vazando pelas beiradas. De precisar de opinião alheia por ser tudo ao mesmo tempo e esperar reconhecimento por isso. É tanta coisa aqui dentro, tanta coisa que eu tento melhorar e aprender todos os dias, que eu conto boa parte da minha vida pra quem eu acabo de conhecer e fico chateada quando não me dão o valor que eu penso merecer.

(...) Não sangra nem deixa marcas, mas escrever dói. Dói como a saudade do que não acontece, porque exterioriza sentimentos que eu escondo até de mim


Astronave

terça-feira, 6 de julho de 2010


Às vezes o sonho da gente toma formas inusitadas. Eu vejo cores, paredes, discursos, concreto, nomes, sorrisos e decisões. O futuro está logo ali.

...e ainda me dá medo.

A TV no armário

segunda-feira, 5 de julho de 2010


As emissoras se pautam mesmo pelo preconceito e pela falta de informação?
As emissoras têm uma grande dificuldade de mergulhar no universo da homossexualidade. É muito mais confortável elaborar matérias a partir de um ângulo já conhecido e aceito socialmente. Partem de um princípio heterocentrado e binário de ver as relações e, portanto, excluem qualquer possibilidade de abordagem fora desse plano. Com isso, reproduzem o preconceito e perdem a chance de romper barreiras e conhecer um universo de pessoas que são exatamente iguais a todas e com direito de serem felizes longe dos estereótipos produzidos pela mídia.

Parem de criticar!

domingo, 4 de julho de 2010


Enquanto formos o único país a ter 5 estrelas no brasão, seremos os melhores, não importa o que aconteça!

Eu me apaixonei

sábado, 3 de julho de 2010


Eu descobri que me apaixonei por você. E eu preferia que não fosse assim, não agora. Isso poderia ter sido evitado se eu não tivesse te visto sorrir, se você não tivesse sorrido por mim. Talvez se você não tivesse chegado tão perto a ponto de eu sentir o teu perfume isso realmente não tivesse acontecido.
Eu não entendo as suas pretensões, e não sei como agir com você. Você me intriga. Confunde-me. Confunde-me de um jeito que já me confundiram antes, e essa coincidência também me perturba.
Considero que a pior parte disso é o bem que você me faz. Porque eu realmente gosto de quem eu fui com você, de quem você me permitiu ser. Gosto do quanto fico a vontade com você, e de como eu posso ser transparente ao seu lado.
De repente eu aceitei ser sincera com você, e esse foi o meu maior risco. De repente não ter medo de ser sincera com alguém é a parte mais surpreendente dessa história. E se for assim, nada é tão valioso quanto te ter comigo.

Intensidade

sexta-feira, 2 de julho de 2010


As coisas começam a tomar seu rumo, a intensidade aumenta, as palavras começam a serem ditas, em seguida vem as atitudes pra provar que tudo é real, então descubro que está ficando cada vez mais impossível não pensar nele, não respirar ele, é mais forte do que eu, veio de uma vez, atropelando tudo de ruim que havia no caminho, e finalmente ele me invadiu, a inspiração que eu pensei que me faltava, há como eu estava enganada, a inspiração é a mais forte e a maior de todas, a ponto de parar meus pensamentos. É tão cedo pra definir o que é isso, mas eu quero essa intensidade até onde ela durar!

Ps: só pra não esquecer...
Que vergonha foi essa a do Brasil hoje?

Ilária Oliveira. Tecnologia do Blogger.