Silêncio

domingo, 18 de abril de 2010

"Meus olhos, minha cor perdida, meu pasmo, meu silêncio por mim falam, e não dizendo nada, digo tudo" (Estevão Rodrigues de Castro)

Se me calo, é como se permitisse todos os demônios virem a tona.
Como se uma febre invadisse o corpo.
Se me calo , é como me conformar.
Sentir a guerra se iniciar dentro de mim.
Se tenho que calar-me, por uma obrigação qualquer, descompassadamente o pensamento invade o dia.
E já não existirá hora tranquila, nem pensamento vazio.
Tudo será tomado por uma espécie de desespero momentâneo.
Como se a vida fosse acabar no próximo segundo.
Como se o tempo fosse me matar na próxima virgula.
Sinto a vida esvair-se. Mas, me calo por medo de te ferir, e por isso, dentro de mim mesma me corto inteira.
Despedaço. Porque é muito mais fácil refazer-me depois com o tempo.
Não saberia fazê-lo por ti. Não deveria eu temer tanto te perder.
Porque se me calo e me perco.
Vejo que você não faria o mesmo pra deichar de me perder.

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