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Silêncio

domingo, 18 de abril de 2010

"Meus olhos, minha cor perdida, meu pasmo, meu silêncio por mim falam, e não dizendo nada, digo tudo" (Estevão Rodrigues de Castro)

Se me calo, é como se permitisse todos os demônios virem a tona.
Como se uma febre invadisse o corpo.
Se me calo , é como me conformar.
Sentir a guerra se iniciar dentro de mim.
Se tenho que calar-me, por uma obrigação qualquer, descompassadamente o pensamento invade o dia.
E já não existirá hora tranquila, nem pensamento vazio.
Tudo será tomado por uma espécie de desespero momentâneo.
Como se a vida fosse acabar no próximo segundo.
Como se o tempo fosse me matar na próxima virgula.
Sinto a vida esvair-se. Mas, me calo por medo de te ferir, e por isso, dentro de mim mesma me corto inteira.
Despedaço. Porque é muito mais fácil refazer-me depois com o tempo.
Não saberia fazê-lo por ti. Não deveria eu temer tanto te perder.
Porque se me calo e me perco.
Vejo que você não faria o mesmo pra deichar de me perder.

Uma ingênua (?) menina...

domingo, 29 de novembro de 2009


Ela acreditava que um dia seria possível. Aliás, ela mal e mal sabe distinguir o possível do impossível. Ela é apenas uma menina, uma ingênua (?) menina... Que está descobrindo (e precisando saber) o que é o verdadeiro poder do amor. Ela engolia os sentimentos como se fossem demônios a incorporando. Ela queria intensidade, só intensidade... Sede de sentimentos inéditos, fome de sensações adversas, desejo por qualquer tipo de paixão. E, de tanto que buscou, ela desistiu. Mas a vida, essa vida e seu destino em que insistem pregar peças, resolveram a surpreender. Um beijo e um gosto mal lembrado foi o suficiente para que a instigasse. O almejo para conhecer melhor aquilo que ela não se recordava estava tomando sua alma por completo. Ela enlouqueceria se não pudesse repetir a cena, se não pudesse viver aquilo mais uma vez – nem que fosse somente uma vez, apesar de ela querer isso para o resto da vida. Foi aí, então, que ela enlouqueceu. Não quis saber do tal do possível ou impossível, ela queria aquela sensação de novo, e se jogou. Foi de cabeça, de corpo e de alma. Os olhos dela brilhavam. O coração palpitava aquela sensação inédita-que-não-era-inédita que ela sempre quis. Aos poucos o beijo e o gosto, que não passavam de um fio de lembrança na sua memória, foram se tornando um misto de sentimentos inexplicáveis. Dentro dela foi composta uma poesia, uma canção, uma lenda, o início de uma história sem previsão de final. E a cada vez que ela sentia aquilo, mais e mais ela necessitava sentir. E essa menina, essa ingênua menina, hoje só pensa em desfrutar das melhores sensações do mundo. Ela acredita que um dia será possível...
Ilária Oliveira. Tecnologia do Blogger.