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Elas só estão perdidas

sexta-feira, 3 de maio de 2013


Vivenciamos uma geração extremamente teórica, sem muita prática e/ou real interesse pela mesma. 
Me parece que a atual inversão de valores, em que o parecer é absurdamente mais importante do que "Ser", em todos os possíveis sentidos, acaba por nos proporcionar a estranha mania de apenas testemunhar e relatar o que nos cerca. E isso nos cria uma deplorável dificuldade quando se é necessário agir. 
"(...) Nosso conhecimento nos fez críticos, nossa sabedoria, duros e rudes. Nós pensamos muito e sentimos pouco. Mais que maquinário, nós precisamos de humanidade. Mais do que inteligência, precisamos de bondade e ternura. Sem essas qualidades, a vida será violenta e tudo estará perdido. (...)"
É assustador, mas estamos cultivando uma sociedade cada vez mais individualista. Com estéticas que se esbarram e egos que se confrontam, com medo de viver, optamos pelo breve conforto do ensaio. Pensamos demais e sentimos de maneira escassa e superficial. 
The human being is becoming increasingly more being than human.
No fim das contas, o retrato desta nossa atual realidade só deixa evidente o fato de que não nos falta amor mas nos falta saber amar. Ou a capacidade de.
"As pessoas não são más, elas só estão perdidas. Ainda há tempo."

Rafael Hoscman

Antes...apenas antes

quarta-feira, 16 de março de 2011


Antes céu do que terra, antes ação que espera. Antes extremista que em cima do muro, antes tudo claro que submergir escuro. Antes fogo que água, antes tudo que nada. Antes sensível que petrificada, antes sentimental que mal amada. Antes louca que coisa pouca. Antes inconstante que acomodada, antes adiantada à atrasada. Antes ansiosa que desestimulada. Antes sincera que dissimulada. Antes quente e letrista que fria e calculista. Antes mandona, que submissa. Antes prolixa, que calada. Antes impulsiva, que indiferente. Antes opinião à complacência, antes emoção que ciência. Antes na fossa que enrolada, antes amor e mais nada. Antes vento que ventania, antes bom senso à ironia. Antes respeito à admiração, antes charme à beleza; antes cama, à mesa. Antes sorriso a desagrado, antes um beijo e abraço apertado. Antes seletiva que influente, antes bicho do mato que crente. Antes ferina que fugaz, antes pra frente que pra trás. Antes sensível que apática, antes sensata que trágica. Antes insone que adormecida, antes fera que ferida. Antes ingênua a cética, antes arte à estética. Antes detalhes à generalização, antes voz que violão. Antes intuição à lógica, antes tequila à vodka. Antes flor que fruto, antes terno que bruto. Antes originalidade que imitação, antes liberdade à segregação. Antes simplicidade à complicação, antes mergulho que superficialidade; antes afago que maldade. Antes contos de fada que terror, antes paixão e agora amor. Antes selvageria que delicadeza, antes alegria e de repente, tristeza. Antes timidez que euforia, antes sozinha que maioria. Antes sol que mormaço, antes inteiro que pedaço. Antes coragem a medo e sinceridade que segredo. Antes tentativa que imaginação, antes harmonia à frustração. Antes dramática que glacial, antes imperfeita que artificial. Antes lembrança que memória, antes enredo que história. Antes companhia que solidão, antes sim e nunca não. Antes afetos, que fatos; antes ao vivo que retrato. Antes viagem que sumiço, antes por que e depois por isso. Antes energia que sedentarismo, antes vôo que abismo. Antes o mundo que o país, antes alguns sonhos, que refiz. Antes eu, depois você.

Camila Paier

Sinto saudades

domingo, 19 de setembro de 2010

Sinto saudades de tudo que marcou a minha vida.Quando vejo retratos, quando sinto cheiros,quando escuto uma voz, quando me lembro do passado,eu sinto saudades...Sinto saudades de amigos que nunca mais vi,de pessoas com quem não mais falei ou cruzei Sinto saudades do presente,que não aproveitei de todo,lembrando do passado e apostando no futuro...Sinto saudades do futuro,que se idealizado,provavelmente não será do jeito que eu penso que vai ser Sinto saudades dos que se foram e de quem não me despedi direito!Daqueles que não tiveram como me dizer adeus;de gente que passou na calçada contrária da minha vida e que só enxerguei de vislumbre (...)Sinto saudades de coisas sérias,de coisas hilariantes,de casos, de experiências...(...)Sinto saudades dos livros que li e que me fizeram viajar!

(Clarice Lispector)

Ilária Oliveira. Tecnologia do Blogger.