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Em dose tal

segunda-feira, 9 de setembro de 2013



“Pois de amor andamos todos precisados, em dose tal que nos alegre, nos reumanize, nos corrija, nos dê paciência e esperança, força, capacidade de entender, perdoar, ir para a frente. Amor que seja navio, casa, coisa cintilante, que nos vacine contra o feio, o errado, o triste, o mau, o absurdo e o mais que estamos vivendo ou presenciando.”

— Carlos Drummond de Andrade, Notas sobre A Banda

Suspiro Tube: Amar

quinta-feira, 28 de junho de 2012


Que pode uma criatura senão,
entre criaturas, amar?
amar e esquecer, amar e malamar,
amar, desamar, amar?
sempre, e até de olhos vidrados, amar?
Que pode, pergunto, o ser amoroso,
sozinho, em rotação universal, senão
rodar também, e amar?
amar o que o mar traz à praia,
o que ele sepulta, e o que, na brisa marinha,
é sal, ou precisão de amor, ou simples ânsia?

Amar solenemente as palmas do deserto,
o que é entrega ou adoração expectante,
e amar o inóspito, o áspero,
um vaso sem flor, um chão de ferro,
e o peito inerte, e a rua vista em sonho,
e uma ave de rapina.
Este o nosso destino: amor sem conta,
distribuído pelas coisas pérfidas ou nulas,
doação ilimitada a uma completa ingratidão,
e na concha vazia do amor à procura medrosa,
paciente, de mais e mais amor.
Amar a nossa falta mesma de amor,
e na secura nossa, amar a água implícita,
e o beijo tácito, e a sede infinita.

Carlos Drummond de Andrade


Ansiosos espectadores

sábado, 9 de junho de 2012


"João amava Teresa que amava Raimundo 
que amava Maria que amava Joaquim que amava Lili 
que não amava ninguém. 
João foi para os Estados Unidos, Teresa para o convento, 
Raimundo morreu de desastre, Maria ficou para tia, 
Joaquim suicidou-se e Lili casou com J. Pinto Fernandes 
que não tinha entrado na história. "
Carlos Drummond de Andrade – Quadrilha 

A vida é assim. Um eterno ciclo de emoções. Sujeitos estamos a alegrias e tristezas, conquistas e derrotas. Quando um lado segue contente, um pode está descontente. Uma coisa que não sabemos, é qual rumo nossos caminhos irão tomar. Ficamos assim, ansiosos espectadores. Dias de Terezas, Marias, Lilis e tantas outras por ai... amava, amava, amava. O problema não está na superação. O problema existe quando se ama. E os conselhos vão e vem de todos os lados. Mas, é muito fácil de dizer, porém, complicado pra se por em prática. O que nos resta é fazer uma reserva ao tempo. 

Ilária Oliveira. Tecnologia do Blogger.