Slow motion e vejo bocas se movendo. Sorrisos, palavras, que não compreendo, não ouço. Tamanhos e formas diferentes, inéditas. Lentamente as feições de seus rostos começam a aparecer. Largos, intrusos, tímidos e arrogantes. As mãos se movem como que puxando um cordão. Chamam-me. Sorrisos, palavras, que não compreendo. Um fundo coberto por uma fina névoa os envolve e não tenho certeza se eles tocam o chão com os pés. Seus olhares me intimidam, me chamam, me obrigam. Será que sou eu que me movo? Sinto que me aproximo deles, como se um violento jato de ar me empurrasse. Cambaleio e quase caio. Suas mãos me amparam e formamos um circulo. Do outro lado vejo um sorriso, puro e angelical, que me faz feliz. Cabelos se emaranham no movimento. Olho para as mãos que me seguram, mas não posso ver seus braços, pois uma espessa camada de névoa parece envolvê-los. Vejo sua cabeça. Cada passo para o lado é um salto no espaço e nunca tenho a certeza se voltarei a Terra novamente. Giramos. O ritmo parece acelerado, mais e mais, a cada rodada. Meus braços estão sendo esticados e o movimento me deixa tonta. Rápido, muito rápido. Não vejo mais silhuetas, nem sorrisos ou cabelos, apenas manchas que parecem desenho de lápis aquarela depois de uma severa pincelada de água. Olho para as minhas mãos e elas estão sozinhas. Começo a escutar. Cochichos, murmúrios, risadas. De quem são essas vozes? Estão por todos os lados e ouço uma forte gargalhada bem atrás de mim. Viro-me para tentar surpreendê-la e então meu corpo é sugado pelo vácuo. Talvez o vácuo do Universo. Silencio absoluto. Meu corpo esta molhado, sinto-me coberta por um plasma. Não vejo, não ouço. Não sei mais se o que sinto na cabeça é o mesmo que sinto nos pés.
Adaptei do livro Cartas ao cão – Tatiana Busto Garcia
Noites mal dormidas... Tem sido assim essa rotineira solidão. Dormir abraçadinho, encaixada em braços protetores. Situação cheia de vacâncias. Tentando a possibilidade de preencher essas lacunas com o tempo que vaga, rápido e grotescamente lento. Sonhos demais, sono de menos. Olheiras cada dia mais profundas. Vontade de sentir teu cheiro no meu travesseiro e poder dormir de conchinha. Sinto falta de você aqui comigo. Cheia de tédio, cansada, triste... Flutuante. Em profunda nostalgia.
Nossos momentos — mesmo os mais rápidos e indispensáveis — repetem-se diariamente em minha cabeça, como num filme obsoleto sem fim. Sem fim. -Jeniffer Rebelatto
Covarde a lua. Lua que hoje teimou em ser linda. Ousou em exuberância. Covarde! Já não basta o pensar frequente em você, vem a lua me desafiar. Ao mesmo tempo feliz, fico triste. Céu de lua cheia. Cheia de saudades, desejos. Vazia. Por um sentimento vago. Ah, bela! Por que me deixas assim? Doce tentação. Mistura de sensações... Equívocos. E apenas meras lembranças. Lua, lua... Pare de me seduzir! Deliro.
"Pense sempre que a sua pressa, poderá mandar outras pessoas inocentes para lugares bem mais rápido onde com certeza elas não gostariam de estar"
Obs: A propaganda é forte, mas somente isso pra botar na cabeça de pessoas irresponsáveis no trânsito, eu aprovo, com certeza vc também. Foi proibida no Brasil, mais em outros países é exibida Naturalmente. A verdade dói mas precisa ser vista!