O silêncio que ecoa

segunda-feira, 29 de junho de 2015


Às vezes, me engasgo nas palavras que quero dizer. Quer preciso de dizer. Que prefiro calar. Assim, como quem quer tudo, mas aceita de bom grado o que o destino oferece. Que come pelas beiradas. Que vai sem pressa. E bem disse o poeta – que o silêncio era capaz de ser pleno. Em tudo. Até nas palavras que não dizemos. Que não gritamos. Que não proclamamos para si. Porque de nada adianta falar, gritar, quando o outro não quer ouvir. Entender. Aceitar. Às vezes, a gente diz muito mais quando se cala. Quando entende que a melhor coisa a se fazer, é não fazer nada. Esperar. Guardar energias para coisas realmente mais urgentes. Como, por exemplo, o agora. O que depende de mim. O que posso mudar. O que devo mudar. O que preciso mudar. Falar. Não só calar. Em tudo. Eu sei. A gente sabe. É que, vez ou outra, o melhor microfone para quem tem tudo entalado na garganta é o silêncio que ecoa. Que fala melhor que três livros em série. Você me entende.

Matheus Rocha

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