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O branco e eu

quinta-feira, 21 de novembro de 2013


São 5 horas da manhã e ele sussurra qualquer coisa no meu ouvido sobre 50 anos em 5 e como JK e eu temos - ou seria, tivemos? Eu ainda estou viva, aqui digitando no escuro do quarto - a urgência de vida como um traço em comum. Rápido, me apressa: corre lá, pega a caneta, bloco, tira o computador do chão. Não, fica melhor se escrever sem gerúndio, sempre fica. Sim, pode ser que ninguém compreenda muito bem e talvez fosse bom juntar com aquele outro trecho qualquer em página sem data que noutro dia também me despertou meio amalucada assim, dentro da madrugada, por culpa do branco, esse que me persegue. 
Nos becos, viadutos, lotação. Feito aluninha, nas salas de aula, de professores, de espera. É com esse sujeito bloqueado que tenho flertado indecentemente atrás de alguma pista da minha escrita verborrágica e sem vergonhas de tempos atrás. Com essa criatura subjetiva que tenho negociado com veemencia pra que, algo saia, qualquer coisa vingue, que eu consiga dormir na paz de quem é feliz por se reconhecer em alguma página desse mundo.
E ele? Nem pelota, durão que é. Nada. Aliás, esse ainda me atrapalha quando poderia auxiliar: finge que tudo é menos que ele, essa paz entendiante conquistada, e acaba por me fazer desistir de seguir numa ideia porque talvez seja furada, deletar uma frase inteira pelo simples motivo de insuficiência qualificatória. Ele é que presta, ele é o bom: casou comigo tem uns meses mas não conta a ninguém, saí por aí vez que outra e dá suas escapadas. Então é que consigo dar uma aliviada e respirar num cantinho. 
Branquinho, porém, é opressor: prende, coloca contra as amigas, larga de mão pouco demais pra deixar que essa tal liberdade me invada de qualquer pensamento mais elaboradinho. A criatividade, cochicha na minha orelha esquerda, está ali, viva e bem disposta - ela é quem não me procura com a assiduidade de antigamente. O problema é com ela, dá a entender - malandro que é. E com minha falta de disposição, a cabeça que está em processo de expansão, e esse meu embate com a opinião alheia, vilã suprema. Eu é que me entenda e peça um help à "fada-que-tinha-ideias", aquela personagem do meu livro favorito infantil, engolido pela bagunça aqui em casa. Clara Luz certamente faria um feitiço qualquer que expulsasse essa branquidão sem graça da minha vida sem deixar garranchos e nem memórias sórdidas de um tempo onde muito quis colocar pra fora e tudo se transformava em medo e julgamento.
Forçar demais é enclausuramento ainda maior: branquelo briga com a função dolorosa da releitura, compactua com ideias mesquinhas que por segundos parecem apetitosas, se rebela toda vez que resolvo encarar com mais dureza algo que faço de bom nessa minha existência: escrever. Faz com que o telefone toque, aquele álbum novo esteja disponível, o maior solzão nasça lá fora e eu queira o ar puro de quem precisa desbravar mais por aí antes de sair falando bobagem.
Abre as pernas a qualquer sedutora ideia inicial, que depois aparece com as letras minúsculas de "danger, danger" na etiqueta, assim, simplesmente porque tem sido essa uma fase de pirraças e não dá pra sair falando sobre tudo tão abertamente. Isso é o que demonstra, no seu mais puro talento de não contar coisa nenhuma. Que até pro meu bem é esse hiato entre uma fase e outra, um capítulo antigo e o novo; essa readaptação numa nova pele, personagem, personificação do que vi que dá pra ser e ainda ensaio. As vivências, me dizem, são essas peças chave da existência que aos poucos dão sentido maior pra tudo e começam a maquinar um bota-fora pra esse maldito.
Deixo para Clara Luz a função de ser fada. Ela, que na história se dignava a inventar ela própria algo bacana quando o tédio do universo tomava conta, é uma das minhas grandes inspirações pra fazer pirlimpimpim com a minha própria varinha de condão. E tudo isso vestindo rosa.


Suspiro Tube: Nechivile - Sem ar

terça-feira, 26 de junho de 2012


Meus pés não tocam mais o chão
Meus olhos não vêem a minha direção
Da minha boca saem coisas sem sentido
Você era o meu farol e hoje estou perdido

O sofrimento vem à noite sem pudor
Somente o sono ameniza a minha dor
Mas e depois? E quando o dia clarear?
Quero viver do teu sorriso, teu olhar

Eu corro pro mar pra não lembrar você
E o vento me traz o que eu quero esquecer
Entre os soluços do meu choro eu tento te explicar
Nos teus braços é o meu lugar
Contemplando as estrelas, minha solidão
Aperta forte o peito, é mais que uma emoção
Esqueci do meu orgulho pra você voltar
Permaneço sem amor, sem luz, sem ar

Perdi o jogo, e tive que te ver partir
E a minha alma, sem motivo pra existir
Já não suporto esse vazio quero me entregar
Ter você pra nunca mais nos separar
Você é o encaixe perfeito do meu coração
O teu sorriso é chama da minha paixão
Mas é fria a madrugada sem você aqui,
Só com você no pensamento

Eu corro pro mar para não lembrar você
E o vento me traz o que eu quero esquecer
Entre os soluços do meu choro eu tento te explicar
Nos teus braços é o meu lugar
Contemplando as estrelas, minha solidão
Aperta forte o peito, é mais que uma emoção
Esqueci do meu orgulho pra você voltar
Permaneço sem amor, sem luz

Meu ar, meu chão é você
Mesmo quando fecho os olhos
Posso te ver...

Suspiro Tube: Detalhes por Marcelo Jeneci

segunda-feira, 14 de maio de 2012


Não adianta nem tentar

Me esquecer
Durante muito tempo
Em sua vida
Eu vou viver...

Detalhes tão pequenos
De nós dois
São coisas muito grandes
Prá esquecer
E a toda hora vão
Estar presentes
Você vai ver...

Cada segundo mais longe

sábado, 14 de abril de 2012


“Alguns estão aqui para lembrar. Alguns estão aqui para se esquecer.” 

Depois de tantos meses vazios eu queria ao menos um abraço. O tempo passando, e você cada vez mais longe, mais distraído, mais frio. E eu, sentindo nem mais nem menos. Assustada apenas. Eu já sabia que um dia isso aconteceria. Eu me sinto muito mal com tudo isso. Tenho vontades de você o tempo todo, e nem te ver todos os dias é mais possível. Estou triste. Muito triste. Às vezes a vontade que tenho é de sumir. Sumir e pensar que essa é a verdadeira justificativa para o que vem acontecendo. Mas essa não é a solução. Sei que onde quer que eu vá os problemas sempre irão comigo. Eu continuo aqui, mas o dia em que você vai me abandonar parece já estar perto. Eu sinto isso. 

Há coisas que a vida pede mais

domingo, 8 de janeiro de 2012


Dito por dizer. Não! Dito por ser verdadeiro. Sim! Dito pra iludir. Também não. Dito por retribuir. Muito menos. Eu te amo! E por muito tempo guardei essas palavras dentro do meu coração. Prometi dizê-las apenas quando fosse sincero. A sinceridade me seguiu, se aproximou e em poucos dias me envolveu e eu disse. Disse sem remorsos. Disse por que sinto e não é mentira. Disse que porque você precisava saber que nunca quis ser uma aventura. E quanto mais eu sentia, aquilo crescia e me sufocava. Não pude abafar. Tive medo de como agiria. Surpreendi-me. Hoje, talvez as palavras comecem a me assombrar. Não por serem escritas. Mas por serem ditas. Pode daqui a alguns anos isso não fazer mesmo mais sentido. Só que o meu momento, o meu agora, faz muito sentido. Mesmo que em vão. E não diferente de antes, vou continuar como sempre fui. Não faz sentido uma mudança agora. Não por alguém que não pode ser meu por completo. Que, aliás, nem sei se em algum momento já foi. E mesmo que tenha sido, não mudaria mesmo assim. Sabe por quê? Porque essa é minha essência, foi assim que me fiz forte, mesmo frágil por traz de máscaras. Não me arrependo de nada vivido nem dito. Só que tenho alguns conceitos. Algumas conclusões duvidosas. Por isso, lembre-se que ainda te amo. Não vou esquecer. Mas vou viver. E carrego ainda a ilusão de quem sabe um dia você esteja ao meu lado e me diga como me via no futuro. 

Eu nunca amei alguém como eu te amei
Por isso não consigo te esquecer
Esqueça aquilo tudo que eu falei
Mas guarde na lembrança que eu te amo
Há coisas que o tempo não desfaz
Há coisas que a vida pede mais
Se ainda estou tentando me afastar
Meu coração só pensa em voltar
Sorrisos e palavras são tão fáceis
Escondem a saudade que ficou
Mas acho que cansei dos meus disfarces
Quem olha nos meus olhos
Vê que nada terminou
(...) 

-Ivete Sangalo

Coração vagabundo

sexta-feira, 19 de agosto de 2011


Às vezes tenho raiva dos meus sentimentos. Muitas vezes tão segura de mim, esqueço. Noutras, não sei o que acontece. Me vejo fácil, dada à saudade. Aquela vontade daqueles lábios, daquele carinho inesperado. Dos abraços demorados e acolhedores. Só querer está ao lado ouvindo aquelas palavras às vezes ditas da boca pra fora por puro fingimento, mas que eu adorei ouvi-las (pois estava apaixonada). E em meio à tanta lembrança e desejo me dou conta de que estou insana em querer dar novas chances à quem não mais merece, ou nunca mereceu. Confusa, muitas vezes não resisto. E deixo mesmo a carne ser fraca e o coração vagabundo.

E lembre-se “…O importante não são os fatos em si, mas sim sua repercussão no indivíduo. (Clarice Lispector) …”.

 

Tatuados na lembrança

domingo, 12 de junho de 2011


É em dias como estes que sentimos saudades. Paralisados a pensar em romances vividos. Dos bons e maus momentos. Os bons principalmente. Como seria se tivesse dado certo? Os pensamentos vão e voltam numa ciranda, cujos os personagens são trocados no decorrer das lembranças, dos pequenos detalhes que cada um fez questão de tatuar naquele cantinho que será eternamente seu. Penso, que dentre todos, não importando o motivo pelo qual não deu certo, sempre terá seu lugarejo ali na memória. São detalhes que não se consegue apagar. Mesmo quando colocamos um ponto final, não esquecemos. Mesmo dispostos a esquecer, esquecer jamais. Podemos perdoar as palavras mal pensadas que ecoaram por muito tempo, as mágoas. Mas esquecer como? Seria possível perdoar sem esquecer ou esquecer sem perdoar? O ideal é não falar mais no assunto, fazer de conta que nada acontecera. Mas esquecer? Jamais. Não dá para deletar de uma biografia um momento marcante na sua vida. O que resta é relembrar e sentir saudade.

Saudades de algumas pessoas. E se pudesse, passaria uma hora deste com cada uma delas.

Aprender a esquecer, e sobreviver

terça-feira, 29 de março de 2011


Em pouco menos de um ano minha vida mudou completamente, desde as melhores amigas até a cor do meu quarto. Aprendi algumas coisas da pior maneira possível. Sozinha. Mas, gosto de pensar que o mal só existe para que possamos enxergar na hora certa o bem. E agora, eu o vejo claramente ao meu redor.

Mas, nem tudo é tão fácil como parece. Quando se sabe o que fazer, não tomar a decisão errada é ainda mais difícil. Porque partir o coração bisbilhotando coisas nas redes sociais não é algo que uma pessoa em sã consciência faria. É?
Acho que a gente tem um pouco disso. Aquela vontade de cutucar a ferida, de saber se já cicatrizou ou ainda sangra. Ir ao encontro da dor, pra saber se realmente sabemos o caminho de volta. E são nessas, que a gente se perde. Que a gente machuca quem não merece sofrer de novo.
Às vezes nosso egoísmo fala mais alto, e na tentativa de descobrir de onde vem aquele aperto constante no peito, deixamos coisas importantes em segundo plano. Pessoas importantes. Sim. A vontade de contrariar e enganar o presente existe, trazer de volta o passado por alguns instantes e fazê-lo futuro. Esta é a eterna batalha que acontece dentro da gente. O tempo é o juiz. Que decide quem sobrevive e quem morre. Em alguns casos, quem quase morre e quem quase sobrevive.
Lidar com tudo isso pode ser uma tarefa complicada. A vida real não é como no contos de fadas. O príncipe pode aparecer para simplesmente estragar tudo. Ou te salvar dos dragões. Você pode amar os dragões mesmo eles sendo tão cruéis com você.
Percebe como é complicado? Quanto mais a gente pensa sobre, menos a gente entende.
Então escolhi mentir pra não escolher. Pra aprender a esquecer, e sobreviver.


Depois dos Quinze

E se...

quarta-feira, 23 de março de 2011


Tinha essa mania de suspirar ao olhar pela janela, esperando por dias melhores, pessoas melhores. E de tanto querer o melhor das outras pessoas, eu me esqueci de dar o meu melhor. Agora o que resta sou eu, sozinha, cercada por meus pensamentos nostálgicos e aquelas duas palavras: E se...

Eu só quero...

quinta-feira, 5 de agosto de 2010


É viver, esquecer os problemas, ou boa parte deles. Sorrir sem ter motivo, estar perto de quem eu amo, errar, acertar, aprender, criar, me divertir. Sonhar, realizar, desejar, cuidar, ter carinho, dar carinho, se doar. Ter amigos de verdade, falar bobeira, ouvir a mesma música sem parar, rir lembrando o passado e não chorar pelo que passou. Quero não ter medo, quero ser livre. Viver feliz, curtir as pequenas coisas da vida. Lamentar pelo que realmente importa ou nem lamentar, já não se pode mudar tudo. Ouvir o que mereço ouvir, quero fazer acontecer, quero cuidar de mim. Só apenas seguir meu destino de queixo erguido, de peito aberto. Sendo eu mesma sem me importar com que os outros pensam, sem me importar com o que os outros falam. Afinal, os outros, são sós os outros.

Ilária Oliveira. Tecnologia do Blogger.